O efeito sanfona, também conhecido como efeito rebote, acontece quando o peso perdido após uma dieta de emagrecimento retorna rapidamente fazendo com que a pessoa engorde novamente.
Peso, dieta e metabolismo são regulados por vários hormônios que atuam ao nível do tecido adiposo, do cérebro e de outros órgãos, por isso acredita-se que a recuperação do peso não está apenas associada a mudanças nos hábitos alimentares ou dieta do tipo, mas também às mudanças metabólicas e fisiológicas no corpo na tentativa de compensar o período de “fome” que o corpo passou, como o corpo pode interpretar a perda de peso como uma “ameaça” e tentar voltar ao que por muito tempo foi normal, além de 5,10 ou 15 kg.
Como evitar o efeito sanfona
Para evitar o efeito sanfona, é importante que a dieta seja sempre monitorada por um médico ou nutricionista, para que seja adequada às necessidades de cada pessoa e haja um acompanhamento. Além disso, é importante:
- Evitar dietas muito restritas ou desequilibradas no nível nutricional. É importante fazer uma dieta variada e equilibrada;
- Realizar uma reeducação alimentar, fazendo mudanças em seu estilo de vida que podem ser implementadas a longo prazo;
- Comer a cada 3 horas em pequenas proporções;
- Comer lentamente e mastigar bem a comida, de modo que o sinal de saciedade chegue ao cérebro, evitando o consumo de alimentos em excesso.
Além disso, é importante evitar sedentarismo e praticar atividade física pelo menos 3 vezes por semana durante cerca de 1 hora.
Quanto tempo normalmente leva para recuperar o peso?
Alguns estudos têm demonstrado que aproximadamente 30 a 35% da perda de peso se recupera 1 ano após o tratamento e 50% das pessoas retornam ao peso inicial no quinto ano após a perda de peso.
O que pode causar o efeito sanfona
Existem várias teorias que explicam o efeito sanfona e que podem estar associadas a vários fatores, tais como:
1. Tipo e composição da dieta
Acredita-se que a realização de dietas muito restritivas, e nutricionalmente desequilibradas possam favorecer o efeito rebote a longo prazo.
No caso de dietas restritivas, é possível que, ao reiniciar a alimentação normal, possa ser gerada uma resposta tecidual aos nutrientes, na qual o corpo busca recuperar o que havia perdido, como se fosse uma resposta à “fome” que a pessoa passou por esse período. Assim, pode haver alterações no nível metabólico, como aumento da produção e armazenamento de gordura, diminuição do açúcar no sangue e, consequentemente, aumento do apetite e da quantidade de alimentos consumidos durante o dia.
Carboidratos, proteínas e gorduras durante seu metabolismo estimulam o consumo de oxigênio de forma diferente, por isso, no caso de dietas desequilibrada, em que há uma predominância de um determinado nutriente, como o que ocorre na dieta cetogênica, por exemplo, pode ter alguma influência no ganho de peso.
2. Tamanho das células de gordura
As células do tecido adiposo esvaziam quando a pessoa perde peso, porém seu tamanho e quantidade são mantidos por um período prolongado de tempo. Esta é outra teoria que acredita-se que o número e o tamanho das células teciduais adiposas permanecem os mesmos por um tempo, ativa os mecanismos de compensação do corpo a fim de fazer com que essas células reabastecam gradualmente até atingirem o volume normal.
3. Alteração nos hormônios da saciedade
Existem vários hormônios que estão relacionados com o processo de saciedade, sendo encontrados em pessoas que tiveram perda de peso severa, níveis mais baixos de leptina, peptídeo YY, colecistocina e insulina, com um aumento nos níveis de grelina e polipeptídeo pancreático.
Acredita-se que todas as alterações hormonais permitem que você recupere peso, com exceção de um aumento no peptídeo pancreático, pois como resultado dessas mudanças há um aumento no apetite, favorecendo a ingestão de alimentos e, consequentemente, o ganho capilar.
Para entender melhor como isso ocorre, é importante deixar claro que a grelina é um hormônio responsável por estimular o apetite no nível cerebral, de modo que seus níveis são altos durante um período de jejum. Por outro lado, a leptina é responsável pela redução do apetite, e descobriu-se que as pessoas que perderam 5% de seu peso, diminuíram os níveis desse hormônio. Essa situação ativa mecanismos de compensação e faz com que o gasto energético diminua e o peso se recupere.
Além das alterações nos hormônios da saciedade, a perda de peso também está associada a alterações no hipotálamo e na glândula pituitária, que também podem estimular o efeito sanfona.
4. Mudança no apetite
Algumas pessoas relatam aumento do apetite após a perda de peso, o que pode estar associado a todas as alterações fisiológicas que ocorreram no corpo durante o processo de perda de peso. No entanto, acredita-se que isso também se deve ao fato de que as pessoas acreditam que merecem uma recompensa, que é dada como alimento.